
Um dia, ainda na infância, me lembro de me questionar como eu saberia quando chegaria a hora de amar? E quando esta hora chega-se o que exatamente significava amar? Eu era uma criança inocente, que acreditava em contos de fadas, como qualquer outra. Mal sabia eu que descobriria mais tarde a resposta destas perguntas de um jeito tão complicado. Após alguns anos lá estava eu, incrível e idiotamente apaixonada, como isso veio a acontecer ou como poder explicar? Eu não sei, não tenho a mínima idéia, mas garanto que não foi à lição mais fácil, o que sei é que quando olhei em seus olhos eu sabia que era esta a razão para eu estar no mundo, e neste momento, não era mais a terra que me mantinha aqui, era ele, eu me tornei o que ele precisava que eu fosse uma amiga, uma amante, ou uma Irma. Ele passou a ser minha vida, passou a ser meu mundo, eu estava obcecada, falava dele 90% do tempo e torcia para alguém falar os outros 10% só pra eu poder falar mais um pouco, pensar então era inevitável. Ele havia me apresentado um sentimento que eu já havia esquecido que existia: a felicidade, depois conheci a ansiedade e sobrevivi a ela, em seguida veio o medo, depois a vergonha, e por fim a alegria e a tranqüilidade. Mas quanto olhava para ele eu sentia meu coração batendo mais rápido do que eu imaginava que ele poderia bater, minhas mãos e pernas tremiam, e quando estava frio tremia mais ainda, minha barriga doía só de escutar aquele nome, era uma sensação parecida com a adrenalina de quando você esta com medo e vai a um novo brinquedo em um parque de diversões, eu ria sozinha muitas e muitas vezes... Dormia, sonhava e acordava pensando nele, olhando sua foto do lado da cama, no celular e no computador. Eu não tinha mais motivo algum para tristeza, ele havia me feito forte, junto a ele eu poderia enfrentar o mundo, pois era fácil viver por quem eu morreria agora tudo tinha um sentido e este sentido era ele, nada mais me importava contanto que ele me amasse. Ate que um dia ele me disse que todo aquele amor tinha acabado, foi quando eu olhei em seus olhos e tive absoluta certeza de que ele não me queria mais, nesse momento, meu mundo caiu, eu nunca havia visto, se quer ouvido dizer sobre qualquer possibilidade de que o amor poderia acabar, me fizeram acreditar que o amor salvaria, eu acreditei com todas as minhas forças no “felizes para sempre”, então percebi que se o amor acabou é porque nunca se quer existiu, se ele nunca existiu então ele só mentiu pra mim, como eu poderia acreditar nisso? Se era em nele que eu confiava o mundo? Dói muito descobrir que nossos heróis não são nada do que pensamos, é quase impossível aceitar, como eu poderia viver sem ele se era ele que me mantinha viva? Nada mais tinha sentido, nada mais tinha razão, eu só conseguia me encontrar em lembranças incríveis, e numa vida vazia, sem amor, era quase impossível acreditar que eu sobreviveria ate o próximo amanhecer, não existiam mais noites de sono, muito menos de sonhos e sorrisos, quando eu conseguia dormir eram só lagrimas e pesadelos, tudo, absolutamente tudo me lembrava ele, escondi as lembranças para não ficar me destruindo a cada dia, mas não adiantou em nada esta tentativa, assim como aconteceu com todas as outras tentativas frustradas, o tempo passava, eu tinha consciência disso, mas se não fosse pelo relógio e o calendário eu acreditaria estar vivendo um dia eterno, quando dei-me por convencida que ele não voltaria, não quis me agarrar as suas lembranças, bem pelo contrário, evitei toda e qualquer lembrança tua, o Maximo que pude, não te procurei por mais difícil que isso fosse para mim, pois entre outras coisas difíceis que conhecia viver sem você era a pior, ao contrario do que pensam com o tempo nada voltou ao normal, me disseram que o tempo cura tudo, mais a verdade é que o tempo não cura nada, apenas tira o incurável do centro das atenções. Hoje eu confesso, aprendi sim a viver sem você, não vou dizer que foi fácil, porque não foi, não vou dizer que alguém substituiu seu lugar, porque não substituiu, não vou dizer que sou feliz, porque não sou. Mas assumo que se não fosse por você em algum lugar desta cidade e a tranqüilidade de saber que você existe, eu não levantaria mais deste chão.
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