quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Não havia mais uma decisão certa ou uma errada, eu apenas faria o que tinha que ser feito, voltar significaria abaixar a cabeça e dizer eu estava errada, que eu deveria ter ouvido, mas não ouvi, que eu deveria ter acreditado, mas não acreditei, de qualquer maneira a decisão estava tomada, e eu não tinha muito o que trazer além da minha pequena nenem e não estava deixando nada alem daquela casa e daquele estúpido sonho, ao descer do onibos a noite começava a cair e o vento balançava meu cabelo, eu estava de volta aquela maldita cidade, nada mudou, apenas eu, andando pelas ruas eu podia ver podia sentir cada maldita lembrança que me trazia de volta até ali, cada trinco do meu coração voltava a doer, cheguei em casa ela estava exatamente igual, assim como o sorriso e os braços abertos da minha mãe, nada absolutamente nada havia mudado, apenas aquele olhar de eu te avisei estava lá, a pequena dormia e enquanto me deitava ao seu lado, sentia lagrimas, e faltava coragem, como eu estava errada, quando não ouvi ninguém, eu sabia que tinha que fazer a coisa certa e só assim o sonho alcançar, eu a peguei e sai de novo, a essa altura já estava frio e escuro, dois quarteirões e eu estava em frente a aquele prédio, onde tudo enfim havia começado, perguntei ao porteiro se ele estava apesar da resposta eu já conhecer, subi ate aquele andar, e bati na porta, sua mãe me atendeu, um sorriso franco mas o olhar de desaprovação, o que mais eu podia pedir eu estava errada, ela pegou a neném e eu aos poucos entrei, indo atrás dele e ele estava lá naquele quarto azul onde eu já morei, cercado dos bichinhos, e de tudo da mesma maneira de antes, as lagrimas me invadiam involuntariamente não sei de que maneira mas com a voz falha consegui dizer, desculpa eu te amo.

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